Arte Nova em Aveiro: O que visitar?

Não sabe o que visitar em Aveiro? Nós ajudamos!

Aveiro é conhecida pelos seus canais pitorescos e pelos seus edifícios em estilo Arte Nova. Neste roteiro, os leitores terão a oportunidade de descobrir as principais construções que exemplificam este estilo arquitetónico único, mergulhando na rica história e cultura que fazem de Aveiro um destino tão especial.

A cidade abriga vários edifícios notáveis deste estilo, cada um com características únicas e detalhes intrincados. Esteja atento a pormenores como fachadas decoradas com motivos florais e vegetalistas, linhas curvas e ondulantes, vitrais e elaborados trabalhos em ferro forjado. Esses elementos, que conferem uma linguagem orgânica e naturalista aos edifícios, são a assinatura da Arte Nova em Aveiro.

O roteiro “Arte Nova em Aveiro: O que visitar?” foi dividido em dois percursos. O primeiro, a Rota da Vera Cruz, abrange as construções estilo Arte Nova no lado norte da cidade, ou seja, a norte do Canal do Côjo. Por sua vez, a Rota da Glória abrange os edifícios a sul do Canal do Côjo.

Aveiro o que visitar: Rota da Vera Cruz

Construída por Francisco da Silva Rocha, este edifício é o ex-libris da cidade.

O foco principal do edifício é a sua fachada de pedra habilmente esculpida com motivos florais envolvendo janelas, arcos e varandas, conjugada com a arte do ferro forjado, um dos materiais mais representativos desta corrente artística, em formas curvilíneas estilizadas.
No seu interior deparamo-nos com painéis de azulejos produzidos na Fábrica Fonte Nova, a mais importante indústria cerâmica da região no campo da Arte Nova.

A fachada das traseiras, embora apresente uma abordagem estética diferenciada da fachada principal, também é bastante elaborada.

Concebida por José Pinho para atividades comerciais e habitacionais, esta construção inicialmente abrigou uma barbearia no rés-do-chão e um consultório médico no piso superior. Atualmente, é a Casa dos Ovos Moles, com o piso superior ainda em uso.

 A construção mantém alguns atributos do Movimento Arte Nova no interior, como portas com vidros coloridos no primeiro andar.

A varanda e as janelas possuem molduras com arcos abatidos, e a serralharia artística de tema vegetalista decora os varandins. A edificação também conta com uma mansarda com uma janela em arco japonês.

Este edifício destaca-se pela sua estrutura imponente em pedra, com uma fachada exuberante de motivos florais e ferro.

 A decoração é no seu todo homogénea, articulando motivos florais e vegetalistas de pedra com o ferro trabalhado das janelas e varanda. Uma figura feminina de longos cabelos pontua a fachada dando-lhe uma graciosidade própria.

O interior é pobre e simples, quando comparado com a fachada, tal como era usual nas outras casas de mesma época.

Da autoria de Francisco da Silva Rocha, impressiona pelas cores quentes utilizadas nos seus painéis de azulejos policromáticos.

Numa excelente conjugação decorativa, aos azulejos da Fábrica Fonte Nova, juntam-se o ferro e o requinte trabalhado da pedra de Ançã.

As linhas ora suaves, ora sinuosas, dos contornos das molduras envolvem todo o conjunto decorativo, unificando a fachada e conferindo-lhe uma luz peculiar.

O edifício tem linhas sóbrias e detalhes em cantaria, com motivos florais destacados. O azulejo azul realça as linhas da pedra, especialmente nos arcos abatidos sobre portas e janelas. As águas-furtadas revestidas a xisto realça, ainda mais, a elegância do conjunto.

Foi projetado por Korridi para a comemoração do centenário do nascimento de José Estevão (1909).

Este obelisco denota a estética Arte Nova nas folhas de palma e motivos florais, bem como no tipo de letra usada nos campos epigráficos.

Esta construção é representativa da simbiose entre o ferro, o vidro, a pedra e o azulejo.

Edifício da autoria de Silva Rocha, foi construído com o propósito de dar lugar a uma serralharia, sendo atualmente uma Pensão/Restaurante.

De linhas simples e elegantes, é um belo exemplar da arquitetura de ferro em Aveiro.

Foi reabilitado em 2004, tendo sido acrescentado um piso, onde foi instalado um restaurante.

Datada da segunda década do século XX, é um exemplo da aplicação tardia dos cânones Arte Nova.

De pedra articulada com o ferro é enquadrada por duas janelas simétricas, ambas adornadas com decoração caracteristicamente Arte Nova.

Mais uma vez estão presentes alguns elementos Arte Nova, nomeadamente as formas curvilíneas, janelas e portas emolduradas com volutas e motivos vegetalistas (folha de palma), arco abatido na varanda e conchas.

O edifício destaca-se pelo seu revestimento em azulejos representando lírios sobre fundo amarelo, em contraponto às cantarias em granito.

Projeto de autoria de Silva Rocha, esta construção apresenta uma fachada revestida por azulejos em tons de azul petróleo. Os azulejos destacam as molduras dos diversos vãos, em cantarias trabalhadas.

Francisco Augusto Silva Rocha foi responsável por grande parte das construções Arte Nova em Aveiro. A sua antiga residência destaca-se pela sobriedade das suas linhas e pela harmonia entre os elementos decorativos.

A decoração, predominantemente vegetalista, é um dos elementos mais marcantes, presente nos azulejos e nos arcos que coroam as portas de entrada e as da varanda.

A figura feminina, tão característica da Arte Nova também está presente na fachada.

O ferro forjado também desempenha um papel importante na decoração, com grades ornamentadas, exibindo desenhos florais. A figura feminina, um tema recorrente no estilo Arte Nova, também faz parte da fachada.

Da autoria de Silva Rocha, foi desenhado para padaria e habitação.

Este edifício destaca-se pelos azulejos em tons quentes e motivos florais, típicos da Arte Nova. Os azulejos, da Fábrica da Fonte Nova, preenchem toda a fachada principal do edifício.

Concebido por Silva Rocha para habitação, alberga hoje o Centro Comunitário da Vera Cruz.

Da sua fachada destaca-se o desenho das cantarias, os frisos de azulejo, a figura feminina no topo da janela da mansarda, o óculo e a caixa de correio.

O edifício projetado por José de Pinho para residência da sua filha, é um notável exemplo da arquitectura Arte Nova.

As molduras das janelas estão profusamente decoradas com grinaldas de flores e delicados pendões floridos.

O acesso à porta principal faz-se por uma escadaria em ferro ricamente trabalhada, fazendo lembrar filigrana.

 A fachada é percorrida em quase todo o seu perímetro por uma cimalha revestida em azulejo.

A mansarda, com janela em arco japonês, apresenta uma moldura com flores gravadas.

O edifício da Capitania situa-se no local onde terá existido um antigo moinho de maré de um só piso, com origens no séc. XV, do qual se conserva o enquadramento e o sistema estrutural de arcos sobre estacas.

Entre 1903 e 1918 sofre modificações pela mão de Francisco da Silva Rocha, dotando-o com mais um piso, e acrescentando algumas características Arte Nova.

Hoje é o Edifício-Sede da Assembleia Municipal de Aveiro.

Aveiro o que visitar: Percurso da Glória

Trabalho de parceria entre Silva Rocha e Ernesto Korrodi, o edifício conjuga a cantaria com o azulejo azul. O friso de azulejos dá uma nota colorida ao edifício. Destaca-se, ainda, a varanda central com interessante trabalho de serralharia e o monograma com o nome do proprietário.

É atualmente a sede da Ordem dos Arquitetos. O interior ainda mantém decoração Arte Nova, tornando-se este edifício, assim como a casa Major Pessoa, um dos últimos exemplares completos deste estilo em Aveiro.

De linhas esguias, apresenta uma bela conjugação entre o granito, o azulejo verde e o xisto das águas-furtadas.

Da autoria de Ernesto Korrodi, o edifício sofreu um processo de adulteração quase completo. Do edifício original resta apenas parte da antiga fachada, que ficou separada da nova construção.

De características muito próprias do estilo eclético de Korrodi, realça-se o trabalho de cantaria e os motivos florais que pontuam o conjunto.

Caracterizado por linhas geométricas e por elementos decorativos Arte Nova, como o ferro e o azulejo, é uma das obras mais imponentes de Silva Rocha.

De planta octogonal, esta construção de ferro com decoração tipicamente Arte Nova, constitui um bom exemplo da arquitetura de ferro.

A estrutura e a ornamentação em ferro forjado, revelam elementos de cariz musical e  formas orgânicas estilizadas, características da Arte Nova.

De autor desconhecido, este edifício destaca-se pela harmonia da sua fachada, alcançada através do tratamento dado às cantarias e às molduras lavradas, com elementos vegetais, animais e humanos.

Projetado por Jaime Inácio dos Santos, para residência particular, constitui um exemplo de sobriedade na conjugação dos materiais: pedra, ferro e azulejos com motivos florais.

Este edifício em gaveto foi concebido para servir de armazém e mercearia.

Destacam-se os azulejos em azul e branco da Fábrica da Fonte Nova, com motivos florais, que revestem o rés-do-chão.

O edifício tem uma planta longitudinal, com decoração efetuada por José de Pinho em 1918, posteriormente à sua construção.

Destacam-se as vitrines decoradas com grinaldas de flores, o rosto feminino esculpido na pedra, entre duas palmas e a placa toponímica com decoração vegetalista.

Conclusão

Ao seguir o roteiro “Arte Nova em Aveiro: o que visitar?” mergulhamos numa viagem pela arquitetura e pela história do movimento Arte Nova. Desde a Casa Major Pessoa, ex-libris da cidade com sua fachada exuberante, até ao Mercado do Peixe, um exemplar da arquitetura em ferro, cada local nos presenteou com detalhes únicos e a essência deste movimento artístico.

Admiramos a mestria do ferro forjado nas varandas, escadas e gradeados, entrelaçando-se com a pedra esculpida em formas orgânicas e motivos florais. Deliciamo-nos com os vitrais coloridos e os azulejos pintados à mão com suas cores vibrantes.

Que este roteiro sirva como um convite para continuar a explorar e a se apaixonar pela cidade dos canais.

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